A hepatite B é uma inflamação do fígado causada por um vírus DNA transmitido pelo sangue. O fígado, ao ser infectado por tal vírus, fica inflamado, sensível e, às vezes, inchado. Se não for bem tratada, a hepatite B pode ser letal, após transformada em uma cirrose ou em um câncer de fígado.
Há dois tipos de hepatite B, o agudo, que em 70% pode ser auto-curado pelo sistema imunológico da pessoa e a crônica, quando o sistema imunológico não consegue destruir as células infectadas e a inflamação persiste por mais de 6 meses, dificilmente com chances de cura espontânea.
Os sintomas da hepatite B aguda são o mal estar, a fadiga, dores articulares, dores locais, falta de apetite, náuseas e icterícia, que deixa manchas amarelas pelo corpo. De 1 a 3 meses, os sintomas diminuem.
No caso da hepatite B crônica, os sintomas são mais fortes, com perda de peso, falta de apetite, urina de cor marrom escuro, pele e olhos amarelados, fezes de cor pálida, intestino mais solto que o normal e náusea. Porém, geralmente, não há sintomas.
Em poucos casos, o organismo responde tão exageradamente ao vírus que há uma destruição maciça dos hepatócitos, o que torna a doença fatal. Essa é a hepatite fulminante, cujos sintomas são a sonolência, a confusão mental, sangramentos e dificuldades respiratórias.
A transmissão da hepatite B é feita através do sangue e de secreções sexuais, sendo uma DST (Doença Sexualmente Transmissível). Agulhas, seringas, agulhas de tatuagens e piercings também propagam a doença, quando infectados. As mães portadoras do vírus podem passar a doença para o seu bebê. Por isso, tenha cuidados especiais para evitar a doença, como não usar agulhas compartilhadas e não fazer sexo com portadores da doença.
Para tratar a hepatite B fulminante, é preciso que o paciente seja internado no hospital, recebendo tratamento especializado. Sem ele, em 80% dos casos, acontece a morte do infectado. Os procedimentos usados nesse caso são a redução da ingesta protéica, a ingestão de lactulose ou de neumicina, o controle hidroeletrolítico e cardiorrespiratório, o controle dos sangramentos e, em último caso, o transplante de fígado.
O tratamento da hepatite B crônica é feito para brecar a replicação viral e para reduzir a lesão hepática. Assim, ela não evolui para uma cirrose ou para um câncer. No Brasil, há três tratamentos para hepatite B em uso: o interferon-alfa-1b, a lamivudina e o adefovir dipivoxil.
As células infectadas por vírus produzem glicoproteínas chamadas interferons. Há três tipos de interferons: o alfa, produzido por linfócitos B e monócitos, o beta, por fibroblastos e o gama, por linfócitos T-helper e NK. O interferon-alfa-2b atua diretamente contra o vírus e aumenta a imunidade do organismo do paciente. O medicamento causa alguns efeitos colaterais como um quadro gripal com febre, dor muscular, dor de cabeça e calafrios. Porém, eles desaparecem em uma semana.
A lamivudina inibe e bloqueia a multiplicação do vírus da hepatite B, bloqueando a ação da enzima denominada transcriptase reversa. No entanto, mutações nessa enzima foram identificadas em vírus da hepatite B, o que prejudica a utilização desse tratamento. A vantagem da lamivudina é que ela não causa efeitos colaterais, sendo também indicada para o tratamento de cirrose descompensada.
O adefovir dipixovil é um medicamento de uso oral, sendo recomendada a ingestão de 10mg da droga por dia para adultos. Não há efeitos colaterais, porém, há riscos de lesões nos rins, especialmente em pacientes com cirrose descompensada. O tratamento com adefovir dipixovil pode durar de 6 meses até o resto da vida do paciente, pois cada pessoa responde ao tratamento de uma forma.
Há medicamentos ainda em fase de estudo, mas que podem cooperar para o tratamento da hepatite B como o entecavir, a telbivudina, a valtorcitabina, a elvucitabina, a emitricitabina, a clevudina, o tenofovir, o famciclovir, o ganciclovir, o MCC-478, o amdoxovir, o remofovir e o thymalfasin. Um dia, ainda teremos um tratamento totalmente eficaz contra essa doença terrível.
Porém, enquanto ele não é encontrado, é preciso prevenir a propagação da hepatite B, não doando sangue, fazendo uma boa higienização pessoal, limpando manchas de sangue com desinfetante, não compartilhando agulhas e não mantendo relações sexuais enquanto estiver infectado.
Assim, menos pessoas serão infectadas pelo vírus da hepatite B, havendo menos mortes e doentes. Se você estiver infectado, use um dos tratamentos para hepatite B indicados, mas sempre com a ajuda do seu médico para escolher o melhor deles para o seu caso.
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