A anemia Falciforme é uma má formação das hemácias resultante de um distúrbio hereditário, predominante em indivíduos de raça negra, onde essas células deixam sua forma de disco bicôncavo e assumem aparência semelhante a uma foice (daí o nome falciforme). Essa modificação leva a uma diminuição da capacidade dos eritrócitos em transportar gases. Outra alteração que ocorre é que a hemácia deixa de ser elástica e se torna endurecida, dificultando a passagem de sangue para todos os tecidos.
A hemácia falciforme possui a hemoglobina S, que na ausência de oxigênio se cristaliza formando um pequeno trombo que contribui para piorar ainda mais o fluxo sanguíneo local.
É importante lembrar que, por ser uma doença genética de caráter recessivo, é preciso que o gene alterado seja transmitido pelo pai e pela mãe. Se apenas um dos pais transmite o gene, o filho terá o ‘traço falciforme’, que pode ser passado para seus descendentes. O traço falciforme inclui manifestações bem mais brandas da doença, que inclusive podem passar despercebidas.
Sinais e Sintomas
Por ter um déficit na quantidade de hemácias saudáveis que transportam efetivamente os gases dissolvidos no sangue, é comum a presença de todos os sintomas clássicos da anemia:
- Fadiga;
- Fraqueza muscular;
- Palidez;
Entretanto, existem alguns sintomas que são característicos da anemia falciforme aguda, resultado do aumento da viscosidade sanguínea e formação de trombos.
- Dor forte em regiões musculares e conjuntivas (principalmente mãos e pés);
- Inchaço dos membros.
Concomitante aos eventos anteriormente citados há um aumento na quantidade de células doentes, uma vez que a falta de oxigênio altera o pH do sangue, deixando-o mais ácido, o que facilita a formação de hemácias falciformes. Isso torna o quadro ainda mais grave e pode resultar em:
- Hemorragias;
- Descolamento retiniano;
- Priapismo;
- Acidente vascular cerebral;
- Infarto;
- Insuficiência renal e pulmonar;
- Aumento no número de infecções.
Diagnóstico
O exame laboratorial específico para o diagnóstico de anemia falciforme é a eletroforese de hemoglobina, no entanto, uma medida de triagem muito simples e que pode prevenir complicações precocemente é o exame do pezinho, capaz de detectar a hemoglobina S logo que a criança nasce.
Tratamento
O transplante de medula óssea oferece cura para uma pequena parcela dos portadores de anemia falciforme, e ainda não existe outro tratamento específico com cura amplamente disponível, por isso é importante que o portador dessa doença faça acompanhamento médico regular.
O tratamento disponível tem por objetivo melhorar os sintomas e prevenir as complicações, garantindo uma melhor qualidade de vida. É preciso que se tenha uma alimentação saudável e uma suplementação de ácido fólico pode ser benéfica, ajudando na produção de células vermelhas. A hidratação é essencial e o portador de anemia falciforme não deve beber menos do que oito copos de água por dia, o que vai ajudar a melhorar a viscosidade sanguínea. Exercícios físicos extenuantes devem ser evitados, porém é importante que praticar alguma atividade física, que deve ser recomendada por um médico.
Lembre-se de que a febre é um sinal de aviso, e medicamentos não devem ser administrados sem prescrição médica. Caso a criança tenha ficado pálida repentinamente, leve-a imediatamente ao médico.
A anemia falciforme é uma doença que, como qualquer outra, requer cuidados especiais, mas não impede que se tenha uma vida normal e feliz, desde que os cuidados necessários sejam seguidos.
2 Comentários
Olá, gostaria de receber informações se há tratamento para anemia falciforme com a homeopatia principalmente em crianças.
grata,
Só uma observação quanto à reportagem: se esta doença é predominante em indivíduos de raça negra porque vocês colocaram duas fotos de pessoas brancas?