

A terapia cognitivo-comportamental é uma abordagem terapêutica que tem indicações no tratamento de depressão, ansiedade e outras, como distúrbios alimentares.
A terapia cognitivo-comportamental auxilia o indivíduo, uma vez que com ela há possibilidade de ressignificar eventos, atuando diretamente no presente comportamento do indivíduo.
A terapia cognitivo-comportamental para os transtornos alimentares foi descrita pela primeira vez por Fairburn em 1981, e o objetivo das técnicas é auxiliar o paciente a ter controle comportamental sobre a alimentação para ajudar a modificar as atitudes quanto aos hábitos alimentares anormais ou desregulados, ao peso e à imagem corporal.
Psicólogos que usam a terapia cognitivo-comportamental também foca nas técnicas de resolução de problemas e na manutenção dos progressos que são adquiridos pelos pacientes, assim como na reestruturação das crenças distorcidas que esses pacientes possuem em relação a si mesmo.
Vamos saber mais sobre esse assunto.
O Que São E Quais São Os Distúrbios Alimentares?
Distúrbios ou transtornos alimentares são condições patológicas, geralmente associadas a outros quadros, como depressão e ansiedade.
Em virtude de desequilíbrios psicológicos, esses transtornos podem ser frequentes na adolescência e início da idade adulta, atingindo indivíduos da faixa etária dos 12 aos 28 anos de idade.
Neles, o indivíduo tem visão extremamente distorcida de si próprio e do seu corpo.
Os distúrbios alimentares mais comuns são:
- Anorexia Nervosa;
- Bulimia;
- Compulsão Alimentar;
- Ortorexia;
- Alotriofagia;
- Vigorexia;
Vamos falar sobre cada um desses distúrbios.
1 – Anorexia Nervosa
É o tipo de distúrbio alimentar mais comum. O indivíduo tem uma visão distorcida do próprio corpo, achando que está com excesso de peso, quando na verdade está muitas vezes abaixo do peso.
O uso de laxantes e diuréticos é comum em pessoas com esse distúrbio. Além disso, elas param de se alimentar por longos períodos.
Entre os sintomas mais comuns estão o peso corporal extremamente baixo, pele seca, anemia e no caso das mulheres, a suspensão do ciclo menstrual.
A terapia cognitivo-comportamental entra para auxiliar a pessoa a estabelecer uma imagem mais realista dela própria, procurando maior controle sobre comportamentos alimentares desregulados ou não apropriados.
2 – Bulimia
Embora a aparência física de quem tem bulimia não seja de tamanha magreza quanto da anorexia, a bulimia é o transtorno alimentar no qual o indivíduo assume atitudes purgatórias (por exemplo, de induzir o vômito) com frequência para eliminar uma boa parte dos alimentos ingeridos.
O indivíduo bulímico muitas vezes possui atitudes de compulsão alimentar e depois, acometido por culpa e autocrítica severa, induz o próprio vômito, em uma tentativa de “eliminar” a razão de sua culpa.
É possível observar nesses indivíduos, lesões na parte interna dos dentes (causadas pelo ácido do vômito frequente), bem como garganta cronicamente inflamada.
Além disso, essas pessoas apresentam gastrite severa e muitas vezes desequilíbrio nos eletrólitos.
Tanto na anorexia quanto na bulimia, o apoio da família e o acompanhamento, além do terapeuta, de nutricionistas e médicos são fundamentais.
3 – Compulsão Alimentar
Transtorno no qual o indivíduo se alimenta de quantidades muito grandes de um determinado alimento ou de vários alimentos.
A diferença é que indivíduos com compulsão alimentar não tem comportamentos compensatórios depois, como o uso de laxantes, vômitos ou ficando grandes períodos sem se alimentar.
Assim como os demais distúrbios, é necessário um tratamento multidisciplinar e com apoio da família.
4 – Ortorexia e Vigorexia
Distúrbios nos quais os indivíduos têm uma obsessão por comportamentos ou alimentos saudáveis e exercícios físicos realizados intensos. A vigorexia atinge mais indivíduos do sexo masculino, mas as mulheres estão nos últimos anos crescendo no número de portadores desse distúrbio.
5 – Alotriofagia
Indivíduos com esse transtorno têm preferências de consumo por substâncias não alimentares e que não são nutritivas, como barro, tijolo, etc. Pode atingir crianças e mulheres grávidas.
A terapia cognitivo-comportamental pode auxiliar nos distúrbios alimentares, focando sempre na distorção corporal e em técnicas comportamentais, com objetivo de normatizar tanto o peso quanto o comportamento do indivíduo, mas é importante lembrar que o tratamento deve ser sempre multiprofissional e o indivíduo necessita de apoio familiar.
Referência
Alice Rodrigues Willhelm, Paula Madeira Fortes, Giovanni Kuckartz Pergher. Perspectivas atuais da terapia cognitivo-comportamental no tratamento dos transtornos alimentares: uma revisão sistemática. Revista Brasileira de Terapia Comportamental e Cognitiva. 2015, Volume XVII no 2, 52-65
Texto por AMulher.com.br
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