Três perguntas que nos atiram à sociedade
O Brasil dormindo, enquanto a barbárie se escondia**
O que fazer quando um homem completamente privado de qualquer sentimento de compaixão entra em uma escola e mata crianças a total sangue-frio?
A dor que sente toda uma população diante de uma barbárie de tal proporção é desafiadora de enfrentar. Encontramos nos jornais que o atirador escolheu suas vítimas, as encurralou e mirou em regiões letais do corpo, para garantir que todas morressem. Ele não atirou ao sabor do impulso, no primeiro vivente que lhe fosse visível, ele calculou cuidadosamente quem ele queria matar.
O que justifica essa brutalidade?
A pergunta que todos estamos fazendo é: Por quê? Analisando friamente, a maioria de suas vítimas eram meninas. É uma resposta conveniente culpar o bullying, como muitos sugeriram. Mas acredito que isso seja uma simplificação desnecessária. Existe uma diferença gritante entre o garoto que defendi há algumas colunas atrás por agredir de volta seu agressor e esse homem que sequer consigo atribuir adjetivos à altura atirando inescrupulosamente em crianças indefesas.
Análises psicológicas, mas sem justificar
Não sou exatamente contra análises psicológicas sobre o perfil desse homem, pois podem ser válidas para evitar outros casos. No entanto, não creio que aqui caiba um debate sobre os traumas que o levaram a essa atrocidade. Não importa o quão vítima ele possa ter sido no passado; nada, absolutamente nada, justifica os fatos ocorridos nessa escola do Rio de Janeiro.
Justificativa nada justificável
Para quem foi vítima de bullying (como já relatei ter sido meu caso), soa até ofensivo tentar justificar o crime como consequência da agressão moral de outros tempos. Nenhum adulto traumatizado pegaria em armas para matar crianças como vingança, sequer os próprios responsáveis pelos traumas entrariam no alvo de uma ira criminosa como essa.
O homem é um assassino
Esse homem está morto, e certamente sem fazer qualquer falta à sociedade. Não interessa mais analisar sua vida, seu passado de rejeição óbvia pelas meninas. Ele é pura e simplesmente um assassino. Não houve qualquer tipo de vingança, ou “justiça com as próprias mãos” no seu caso, somente mortes desnecessárias, somente o derramamento de sangue inocente.
Um apelo para a sociedade
Meus sinceros sentimentos não somente às famílias das vítimas, mas a toda nossa sociedade brasileira, que testemunhou a barbárie com o coração apertado e o nó na garganta. Nos resta orar por essas famílias, independente da fé da cada um, e torcer que um fato tão dolorosamente chocante não volte a abalar nossas estruturas de nação civilizada.
Um esforço conjunto para evitar que isso volte a happen
Um chamado à sociedade para unir forças e evitar que esse tipo de barbaridade volte a ocorrer. É hora de trabalharmos juntos para construir um país mais justíssimo e pacífico, onde essas tragédias não aconteçam.
Autora: Maya Falks
Fonte: www.mayafalks.blogspot.com
Tags: Tratação do tema, Análises psicológicas, Bullying, Violência, Sociedade brasileira