No início de noite, desta quarta-feira (26), após reunião com a presidente Dilma Roussef, o ministro do Esporte, Orlando Silva deixou o seu cargo. O anúncio foi feito pelo próprio Orlando Silva, em entrevista coletiva.
Sua saída acontece, quase duas semanas, após a denúncia de que Silva teria participado de esquema de desvio de dinheiro público. Os valores seriam provenientes do programa federal Segundo Tempo, que serve para promover o incentivo ao esporte em comunidades carentes. A denúncia partiu de reportagem publicada pela revista Veja, em 16 de outubro,em que o policial militar João Dias Ferreira o acusou de ter recebido, pessoalmente, um pacote com dinheiro, na garagem do ministério.
Por sua vez, o ministro nega qualquer envolvimento no escândalo e afirma não haver provas das acusações. Declarou, também, que esta foi uma reação a cobrança, de aproximadamente R$ 3 milhões de ONGs, controladas pelo policial por irregularidades em convênios. O policial foi preso no ano passado em operação da Polícia Civil do Distrito Federal, montada para investigar fraudes no programa Segundo Tempo.
A demissão aconteceu um dia após o Supremo Tribunal Federal ter autorizado a abertura de inquérito para investigação, cujo pedido partiu da Procuradoria Geral da República.
De acordo com o agora ex-ministro, foi ele quem tomou a iniciativa de pedir demissão, sob justificativa de defender a própria honra. E segundo o PC do B, partido de Orlando Silva, a tendência é de que o cargo continue a ser exercido por um de seus nomes, cabendo a Presidente Dilma Roussef fazer a escolha. Até que a decisão seja tomada, quem assume é o secretário-executivo da pasta, Waldemar Manoel Silva de Souza.
Com a saída de Orlando Silva, agora são cinco os ministros de Dilma Roussef que deixaram seus cargos, após denúncias de irregularidades. Foi o caso de Antonio Palocci (Casa Civil), Alfredo Nascimento (Transportes), Wagner Rossi (Agricultura), e Pedro Novais (Turismo).
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