A toxina botulínica, popularmente conhecida como botox, é uma substância muito usada na área de estética para tratar as rugas dinâmicas e marcas de expressão. Entretanto, o uso exagerado pode tornar a aparência do rosto artificial e paralisar a musculatura.
Além de ser um componente importante no combate ao envelhecimento facial, o botox também ganhou novos fins na medicina. A substância contribui com os tratamentos que amenizam a enxaqueca crônica, a hiperidrose, a incontinência urinária e o aumento do tônus muscular. Recentemente também foi descoberto que a toxina botulínica pode auxiliar no tratamento da esclerose múltipla.
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Botox reduz tremores causados pela esclerose múltipla
De acordo com pesquisa, o botox pode auxiliar no tratamento de pacientes com esclerose múltipla. O estudo, realizado pela Universidade de Melbourne, na Austrália, revela que a substância famosa na área de estética diminui os tremores causados pela doença inflamatória crônica. Os resultados do trabalho foram publicados na revista Neurology, ontem (3).
Os pesquisadores australianos afirmam que a toxina botulínica alivia os tremores principalmente dos braços e das mãos, permitindo que o portador de esclerose múltipla preserve habilidades como escrever e desenhar. Segundo o estudo, a descoberta pode ser uma importante alternativa para conter os sintomas da patologia autoimune.
Entenda melhor a pesquisa com botox
Para chegar as suas conclusões, a pesquisa avaliou 23 pessoas diagnosticadas com esclerose múltipla, durante três meses. Ao longo deste período, alguns participantes foram submetidos a um tratamento com injeções de botox e outros receberam doses de placebo. Nos três meses seguintes, os grupos trocaram as formas de tratamento para que a gravidade dos tremores fosse avaliada.
Os pesquisadores perceberam que a terapia com toxina botulínica foi capaz de minimizar os sintomas consideravelmente. Os tremores graves dos pacientes se tornaram mais leves, permitindo desenhar e escrever com mais estabilidade. Por outro lado, o placebo não causou alterações severas nos sintomas da esclerose.
O estudo australiano também avaliou os efeitos colaterais das substâncias usadas nos tratamentos. Dos pacientes que receberam botox, 42% apresentaram fraqueza muscular, enquanto aqueles que foram tratados com placebo, apenas 6% enfrentaram este problema. Apesar dos índices com grande diferença a fraqueza muscular não foi grave e desapareceu em pouco tempo.
Para Anneke vam der Walt, coordenadora da pesquisa, o botox pode ser um grande aliado para conter os tremores da esclerose múltipla, mas é necessário realizar novos estudos para que a terapia se torne uma prática clínica.
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