Quando um indivíduo fuma, os batimentos cardíacos são mais rápidos, assim como a frequência respiratória. Substâncias presentes no cigarro, sobretudo a nicotina, são responsáveis por acelerar o metabolismo, acarretando essas mudanças. O calor gerado no processo leva um discreto incremento na queima de gorduras pelo organismo. A nicotina ainda reduz as percepções de paladar e olfato temporariamente, diminuindo, desse modo o apetite. Portanto ao livrar-se do cigarro, o ex-fumanete tende a engordar.
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Somente 72 horas após o último cigarro, há uma restauração das glândulas salivares e olfativas, que passa a ‘notar’ melhor o sabor e o aroma dos alimentos. “Como a comida fica mais saborosa, os ex-fumantes, principalmente os mais ansiosos, acabam atacando a geladeira”, explica a pneumologista Camille Rodrigues da Silva, autora do livro Apague o Cigarro de Sua Vida. “O hábito de ocupar a boca com o cigarro é substituído pela vontade de mastigar constantemente um alimento, ou seja, ingerir calorias“.
Conforme a especialista, a cada dez mulheres que tentam parar com o cigarro, sete se preocupam com os quilinhos que estão por vir. “Devido a esse medo, acabam adiando a data de parar de fumar. As jovens são ainda mais sensíveis: várias engordam depois de deixar o cigarro e, por esse motivo, voltam a fumar”, conta.
No entanto, é plausível dominar esse processo com tratamentos que abrangem acompanhamento nutricional e psicológico e prática de exercícios físicos. “Cerca de 80% dos fumantes de que trato não engordam mais do que quatro quilos, média aceitável nesse caso”, diz a psicóloga Silvia Cury Ismael, coordenadora do Programa de Assistência Integral ao Fumante do Hospital do Coração de São Paulo.
Acompanhamento nutricional e psicológico
A finalidade é conter a ansiedade dos ex-fumantes, responsável pela substituição do tabaco pela comida. “A ideia é fazer com que a pessoa compreenda como funciona sua dependência e, a partir daí, aprenda a lidar com a falta do cigarro. Assim, ela consegue adquirir um controle maior de suas vontades”, diz.
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Apesar do destaque no acompanhamento psicológico, o método não abre mão da utilização de medicamentos, que ajudam a conter a abstinência do cigarro e a intensa vontade de comer doces nos primeiros meses. “Só depois de três meses a pessoa está fortalecida o suficiente para encarar a ausência do cigarro sozinha”, afirma.
Atividades físicas
O exercício físico igualmente pode ser um aliado importante. “A prática melhora a disposição e a sensação de bem-estar e, consequentemente, a vontade de parar de fumar, renovando a qualidade de vida do indivíduo”, diz o endocrinologista Alfredo Halpern, chefe do Grupo de Obesidade e Síndrome Metabólica do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP).
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Nesses casos, a atividade física é de grande valia, já que, reduz a ansiedade, o peso, melhora a circulação do corpo, o metabolismo, a digestão, a expansão pulmonar, além de liberar endorfina, que proporciona prazer ao indivíduo. “Além disso, o exercício físico colabora para uma noção maior de como se alimentar de maneira mais saudável e menos calórica“, completa Silvia.
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